terça-feira, 15 de abril de 2014
Eduardo e Marina: juntos para mudar o Brasil
(A) O presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, afirmou nessa segunda-feira (14), durante o ato político-cultural “Eduardo Campos e Marina – Encontro pelo Brasil”,
que não é homem de desistir dos seus sonhos. O ato foi realizado no
Hotel Nacional em Brasília para formalizar as pré-candidaturas dele e
Marina Silva à Presidência e Vice-presidência da República,
respectivamente, as quais devem ser homologadas em junho, na Convenção
Nacional do PSB.
Na militância política desde a adolescência, o neto do ex-governador
Miguel Arraes revelou orgulho de ter trilhado sua carreira política de
forma independente, sem a ajuda do avô famoso, e de ter aprendido desde a
infância, com a família perseguida pela ditadura, a não desistir de
caminhadas difíceis e a firmar compromissos. “Poucos sabem, mas eu tinha
um irmão gêmeo que minha mãe perdeu. Eu me segurei e estou aqui, a vida
não tem sido fácil desde cedo, mas também tem sido uma grande
professora”, testemunhou Eduardo Campos.
Destacando justamente essa determinação de seu candidato é que o
primeiro secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira, fez o
anúnciooficial da chapa do partido para as eleições presidenciais de
2014. "As lideranças e os militantes do partido delegaram aos líderes do
PSB, Eduardo Campos, e da Rede, Marina Silva, a tarefa de
representá-los nesse processo eleitoral como pré-candidatos à
Presidência da República. A campanha da chapa se confirmará pela
convenção de junho e seguirá os princípios definidos pelo partido",
disse Siqueira aos mais aos mais de 1,5 mil presentes ao evento.
Eduardo Campos mais uma vez pontuou o processo de estabilidade
econômica e o avanço das políticas públicas com inclusão social –
conquistas das duas últimas décadas que, alerta, correm o risco de serem
perdidas atualmente. “Esse processo foi estagnado em 2010. O brasileiro
foi submetido na pré-campanha eleitoral daquela época à bipolarização
politica, um artifício que é engendrado intencionalmente por pessoas e
forças que não querem a mudança”, alertou. “Em 2010, não se discutiu o
Brasil; foi apenas um nós ou eles, um tudo ou nada, quase que a anulação
do debate político, no qual se descambou até para o debate religioso”.
O resultado, apontou Eduardo, é que o Brasil, nos últimos três anos,
foi perdendo o rumo e parte dessas conquistas. “O Brasil parou e o povo
brasileiro foi perdendo a força e a fé de que as coisas podem ser
conquistadas com luta”, lamentou. “Mas nós, da aliança PSB-REDE-PPS-PPL,
estamos aqui unindo forças para reconstruir a democracia no Brasil.
Porque quem crê nesse país, não quer ver o povo longe da politica, pois
todas as vezes que o povo participou com força da política, o país viveu
avanços significativos”.
Lado a lado -
Dirigindo-se diretamente a Marina,
Eduardo afirmou que foi a atitude dela no momento em que o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de partido à REDE, a sua
decisão de não se deixar abater por aquele revés que permitiu a todos
estarem juntos hoje nessa caminhada por um Brasil melhor. “O seu jeito,
Marina, e o jeito da REDE ganharam o coração do PSB”, atestou.
“Assumimos agora o compromisso com uma trajetória que faremos juntos,
lado a lado, porque é a meu lado no Governo que você estará”.
Para o presidente Nacional do PSB, o Brasil, mais do que um gerente,
quer uma liderança que construa o diálogo com a população e “não que
transforme o país num partido”. “Não é a hora de negar a política, mas
de afiná-la. Nós vamos andar o Brasil para ouvir o povo brasileiro,
conhecer suas angústias e falar a verdade. Não somos de esconder a
sujeira para debaixo do tapete”, assegurou. “Faremos tudo com muito
respeito às pessoas, porque sabemos que é somente em cima da verdade que
se constrói algo sólido”.
Eduardo Campos ainda confidenciou: “Eu e Marina estamos desconfiados de
que a resposta que o Brasil vai dar a essa proposta da nossa aliança é
que ele quer mudar e construir uma nova política. O lugar que cabe à
velha política, ao fisiologismo, ao patrimonialismo, é na oposição,
porque lá eles não sobrevivem”. Segundo ele, PSB, REDE e seus parceiros
estão animados para fazer essa luta sem ódio e sem medo. “O povo
brasileiro espera que nós façamos a mudança nessas eleições. Ele já fez a
primeira parte para isso em junho e fará a próxima nas urnas, em
outubro”, afirmou. “Essa é a hora de unir a nossa gente e nós vamos
fazê-lo, por um Brasil melhor!”.
MARINA –
A agora pré-candidata à Vice Presidência da
República pelo PSB foi apresentada pelo coordenador executivo da REDE,
Bazileu Margarido, que destacou que só há uma forma de liderança real: a
do exemplo. “E a trajetória de Marina, que foi alfabetizada aos 17 anos
e construiu tudo o que assistimos em três décadas, que foi escolhida
uma das seis pessoas mais influentes do mundo para carregar a bandeira
olímpica na abertura das Olimpíadas de Londres, em 2012, tem isso”,
relembrou.
Marina avaliou que nesses seis meses desde a decisão de formar a
aliança programática com o PSB, em outubro de 2013, “nós fomos nos
encontrando, nos conhecendo a aprendendo a confiar uns nos outros”. “Nós
trabalhamos muito, todos nós, para chegar até aqui, e chegamos trazendo
a força autêntica da vontade de andar pra frente”, afirmou. "É a melhor
resposta àqueles que apostavam que essa união não ia dar certo e que a
cada dia, a cada semana levantavam algo que seria o tiro de
misericórdia, a bala de prata na nossa aliança. Mas graças à confiança
que estamos criando entre nós, estamos aqui hoje para anunciar as nossas
pré-candidaturas. Você, Eduardo, a Presidente da República Federativa
do Brasil, se Deus quiser, e eu, a sua Vice!”.
Marina Silva também relembrou que, sempre que a imprensa a pressionava e
a Eduardo, nesses seis meses, pelo anúncio da chapa, da candidatura
eleitoral, ambos não se cansavam de repetir que estavam primeiro
construindo uma aliança programática. Que, se desse certo, somente então
seria transformada em aliança eleitoral. “É isso o que estamos fazendo
aqui hoje, concretizando a aliança programática em eleitoral”,
oficializou. “Mais ainda estamos caminhando e temos muito a caminhar, é
um processo que não podemos parar enquanto estivermos produtivos,
criativos e livres para prosseguir nos transformando. Porque o ser
humano está condenado, melhor, abençoado, a viver no Gerúndio”.
Ela lembrou as dificuldades na tentativa da criação da Rede, cujo
registro foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o
argumento de que as assinaturas colhidas foram insuficientes. “Tivemos o
nosso direito de transformar a política negado, de introduzir a nova
política pela ação do novo sujeito político de nosso tempo. Nem mesmo o
PT, partido que ajudei a fundar e no qual militei por 30 anos, teve esse
direito negado quando surgiu, nos tempos finais da ditadura”, criticou.
Legado -
Segundo Marina, a REDE poderia ter se
recolhido ou entrado em qualquer partido apenas para concorrer à
eleição, mas decidiu pela aliança com o PSB porque viu ali uma
possibilidade para promover o realinhamento total que defendia na
política brasileira. “Vislumbramos algo que não fosse conquista de
apenas um partido, mas de uma aliança ampla que almejasse, sobretudo,
compartilhar um legado com o povo brasileiro”, revelou. “É por isso que
eu não gostava quando me perguntavam o que iria fazer com a ‘herança’
dos 20 milhões de votos que obtive nas eleições de 2010. Porque herança
remete a espólio de gente que já morreu, e o povo brasileiro está mais
do que vivo, clamando por mudança”.
A fundadora da REDE confessou que, quando saiu do TSE na noite da
rejeição do registro, era a fraqueza em pessoa. “Mas aí eu me lembrei
daquela frase: ‘quando sou fraco é que sou forte’, porque você é forte
quando tem a capacidade de se juntar com outras pessoas; o ser humano é
incompleto, é faltoso, depende da completude do outro, e naquele momento
o outro disponível para esse projeto era o PSB, na figura de Eduardo
Campos", afirmou a ex-ministra. “Foi-nos negado o direito de caminhar
sozinhos, mas fomos abençoados com o direito de caminhar juntos”.
Marina comemorou ainda que muitas das coisas que estavam no seu
programa de governo da campanha de 2010 estão agora contempladas no
programa conjunto que está sendo construído com o PSB e demais parceiros
da aliança. “E de forma bem mais potente com o casamento de uma tapioca
com um açaí”, brincou ela, referindo-se às origens nordestinas de
Eduardo e às nortistas dela. "Eu estou aqui para me colocar lado a lado
com você, Eduardo. Vamos andar esse país inteiro e ajudar a mudar a
política no Brasil, porque a politica tem que ser a força transformadora
de um país", finalizou. (Márcia Quadros - Assessoria do PSB Nacional).
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